Amy abriu o caminho para artistas como eu e fez todos se animarem com a música britânica novamente, sem medo de fazer graça e ser blasé… (Adele, cantora inglesa)
Há alguns anos, ouvi Amy Winehouse pela primeira vez. Minha paixão por cantoras e compositoras me fez querer ouvi-la, conhecê-la, ler sobre sua voz, suas canções, seu talento. Logo comprei o DVD, gravei Back to Black, comprei a edição de 2008 da Rolling Stone, que trazia a cantora na capa, e passei a frequentar o seu site… Sempre lamentei o sensacionalismo dos tabloides britânicos, que se alimentavam (e se alimentam) dos escândalos e moralismos típicos de uma mída estúpida, de um povo hipócrita. Amy estava pouco se importando com toda essa gente idiota. Que tristeza saber que ela morreu!
Não sou do tipo de pessoa que incute a ideia de que gente talentosa precisa ser autodestrutiva, desesperada, beber compulsivamente, fumar excessivamente, drogar-se, exibir-se, parecer ou ser fora dos padrões… Não alimento nenhum tipo de fascínio pelos vícios, nem deslumbres por esta vida insuportavelmente irritante, desiludida, sufocante, que é esta luta diária nossa de querer viver do nosso jeito. Sabe-se lá o que Amy sentia, quais eram suas dores profundas, suas inquietações… Mas é claro que alguma coisa doía, muito. Assim como dói em qualquer um de nós, exceto nos psicopatas.
Amy era mais uma jovem talentosa e curiosamente piegas, que falava de amores, de paixões, que cantava palavrões em suas letras, que implorava a atenção de seu Blake, que compunha na dose exata os exageros de sua juventude.
Muita gente ainda vai ganhar dinheiro com a sua morte, assim como ganhou com os escândalos, as fotos, os vídeos, as quedas, os lapsos nos palcos, o sorriso sem dente, a magreza repentina, a cocaína no nariz, a embriaguez declarada, o deboche sutil de alguém que percebia a ignorância dos outros…
… Amy era o tipo de garota que eu convidaria para falar sobre a vida e, talvez, tomar vinho na sala de minha casa.
Oi, Aline. Tb fiquei muito triste quando souba da morte da Amy e fico ainda mais triste em perceber como a mídia, em todas as suas “ramificações”, cada vez mais adora essas tragédias que alimentam a insaciável fome do ser humano pela desgraça…
Amy era uma artista e tanto. Só ainda não havia dominado a arte de viver, como todos nós ainda tentamos dominar…
BJS!
Olá Aline!
Quanto tempo! []
Depois de tempos sumida (isso de maternidade toma o tempo de uma mulher) voltei aqui e vi esse texto lindo que diz tudo que penso sobre Amy.
Só não beberia o vinho, me contento com uma água. 😉
Beijos!