Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
O que sei sobre países desenvolvidos é apenas o que leio em livros ou jornais e o que ouço de amigos que moram fora do Brasil. Portanto, um saber um tanto quanto limitado. Mas, talvez, o suficiente para entender o porquê de uns países darem certo e outros não.
Lá fora, em países mais sérios que o nosso, jogar lixo na rua é coisa absurda. Atirar contra uma autoridade policial é crime gravíssimo. Educação é prioridade. Claro, não sou ingênua para pensar que esses países são o paraíso. Não são. Tem problemas também. A questão aqui não é supervalorizar certas nações para desvalorizar o meu país. A questão aqui é entender de que maneira o Brasil poderia dar certo.
Neste país de trilogia (Carnaval, mulher bonita e futebol), pessoas são facilmente corrompidas. A desculpa: “ganho pouco!”; neste país de trilogia, meninas se envolvem logo cedo com a prostituição. A desculpa: “tenho que ajudar minha família. Minha mãe está desempregada”; neste país de trilogia, alguns [não, não são todos] políticos não valem o voto que receberam. A razão: eles não prestam e, ainda, são favorecidos pela absolvição.
Neste país de trilogia, tem crianças sendo “obrigadas” (no pior sentido da palavra) a irem pra escola. O motivo: isso garante o Bolsa Escola para os pais… neste país de trilogia, o governo federal faz uma política assistencialista. Se o pobre tem fome, Fome Zero pra ele. Aqui, confunde-se políticas de assistência social com assistencialismo. Por quê? Para garantir o voto nas eleições.
Há muito tempo ouvi o seguinte provérbio: “Dê um peixe a um homem e ele comerá por um dia; ensine um homem a pescar e ele comerá pelo resto da vida”. Não, aqui no Brasil isso não funciona. É o contrário: “deixemos o pobre depender de nossas doações”.
Aqui, não é comunista que come criancinha: é padre. Sim. É verdade. Você tem razão: pedofilia é um problema mundial. Aqui, pastor (ou bispo) vira político, que vira corrupto, que vira ladrão. Sim. É verdade. Você está certo: existem padres abençoados; existem pastores muito honestos. Mas, aqui, as pessoas se corrompem com uma velocidade impressionante.
Aqui, o estrangeiro chega a alguma capital (as estatísticas falam sobre Fortaleza) e paga “10 real” para a menina de 10 anos levantar a sua blusa e se mostrar. Aqui, a prostituição, o tráfico de drogas, o tráfico de armas… movimentam o crime organizado.
Aqui, o crime organizado paralisa São Paulo.
Aqui, o crime organizado anestesia o País.
Aqui, é onde estou.