(…) Assim vai o mundo. Assim se fazem algumas reputações más, e, o que parece absurdo, algumas boas. Com efeito, há vidas que só têm prólogo… (O narrador, no conto “A Senhora do Galvão”, de Machado de Assis)
… porque a raça humana é complexa (e medíocre). Por mais bonzinhos e otimistas que sejamos, precisamos admitir: não há anjos entre nós. Num esforço milagroso, alguns conseguem sublimar. Criaturas honestas, íntegras, inteligentes e belas, apesar de toda a imperfeição que as cerca. Mas, inevitavelmente “mas”, há sempre aquelas pessoinhas songamongas que encontramos por aí. Um olhar insosso. Ou até mesmo falsificado. Um sorriso ignóbil. Ou até mesmo nojento.
E aquela presteza e solicitude tão bonitinhas? Ah, quanto ardil! No fundo, há o coração prepotente e arrogante de sempre. Bom mesmo seria se tais atitudes benevolentes partissem da leveza de espírito… Do esforço para alterar a condição miserável do homem, de si mesmo. Da crença de que meras atitudes complacentes não nos fazem bons. Porque não somos.
Por isso mesmo, vejo beleza no alienista: “(…) Digo que não sinto em mim essa superioridade que acabo de ver definir com tanta magnificência. A simpatia é que vos faz falar. Estudo-me e nada acho que justifique os excessos da vossa bondade”. É… muitos nem sabem se somos sensíveis e perceptivos!
Não sabem porque estão na superfície…
O Alienista! Está aí um livro com um final interessante… Falando em finais interessantes, você já assistiu o filme (ou leu o livro) “O Perfume – História de um assassino”, baseado na obra de Patrick Süskind? Não que sejam histórias parecidas, mas ambos os livros lidam com a loucura de uma forma interessante.
Como você mesmo disse, “muitos nem sabem se somos sensíveis e perceptivos (…) não sabem porque estão na superfície”. Um dos problemas da mediocridade é a ignorância. Não se percebem e nem sabem disso. Como diria um político “famoso” daqui do Piauí: “Atentai bem! A ignorância é audaz!”
Essa ignorãncia gera pessoas que se vêem tão boas (nunca fizeram mal a ninguém, só o bem) ao ponto de se clasificarem como “melhores que os outros”… Deus nos dê lucidez…
Olá Aline, é sempre muito bom ler seu blog. Boa reflexão beijos
Menina quanta coisa boa aqui na sua página, é apaixonante ficar passeando pelos seus post e inspirador. Obrigada pelos seus textos. Beijos
Que texto inspirado!
Gostei muito.
É verdade, uma vez meu pai me disse que até quando nos propomos a fazer algo, tipo serviço voluntário…no fundo estamos buscando satisfação pessoal. Na hora não gostei muito, mas depois vi que é verdade.
Mas ainda assim acredito que podemos buscar algo de divino, em ajudar sem querer nada em troca, nada mesmo.
Fazer contato com o que é divino em nós…nada nos impede de tentar né!?
Belíssimo texto.
bjins.
Oi, Aline! Você anda muito inspirada… Gostaria de obter várias respostas na vida… por que o desejo de superioridade muda o coração das pessoas? Superfície áspera… Parabéns pelo texto. Abraços!
Simão Bacamarte encontra a solução para si: reconhecer que o próprio alienista está alienado. No seu momento de eureka, a constatação é clara: não existem sãos. Só nos resta encontrarmos um bom médico.
Querida Aline…
Brasília está afetando seriamente você! rsrs
Vamos criar uma bolsa-dignidade para as pessoas terem independência financeira e poderem ser sinceras e decentes. Sugestão grátis.
Lineeeeeeeeeeeee….vai escrever mais quando?
Tô cobrando mesmo? E os leitores como ficam?
bjins!!!!
Obrigada de novo!!!!