Minha idéia inicial (ano 2003) era publicar neste blog coisas simples, do meu dia-a-dia; poemas; músicas; resenhas de livros (ou filmes); dicas de leitura; homenagens; coisas legais de se ler… Um lugar que refletisse meus pensamentos, ainda que de maneira superficial, visto que nem sempre é possível escrever tudo o que pensamos. Ainda mais quando temos muito o que dizer.
O tempo se encarregou de acrescentar à lista de coisas-a-publicar-neste-blog os meus protestos, a minha indignação, a minha insatisfação contra o meu país, contra o preconceito (qualquer que seja ele), contra tudo aquilo que consegue, de forma extraordinária, provocar o meu grito, que acaba de se tornar um protesto silencioso.
Tenho consciência de que, na prática, o meu protesto não representará nenhum tipo de mudança. De que, na prática, o meu protesto não fará os políticos tomarem vergonha na cara. De que, na prática, tudo permanecerá como sempre foi.
Porém, correndo o risco de parecer ridícula, há um tempo tomei uma decisão: nada de camisa verde e amarelo; nada de adesivo no carro; nada de faixas na cabeça; nada de comprar bandeira do Brasil.
Desde criança – embora nunca tenha gostado de futebol – adoro o clima de alegria provocado pela Copa. Na minha cidade, no interior de Sergipe, a animação era contagiante (como o é em todo canto do País, nesta ocasião). E sinto falta daqueles tempos: eu não tinha do que reclamar.
Hoje, menina crescida, que continua não gostando muito de futebol, eu decidi fazer o meu protesto.
Um tanto quanto silencioso.
E, talvez, inútil.