Quem sabe direito o que uma pessoa é? Antes sendo: julgamento é sempre defeituoso porque o que a gente julga é o passado. (J. Guimarães Rosa)
Inicio o novo ano com a minha velha e irritante incredulidade: pessoas são seres insuportáveis. O bom é que encontro na literatura a possibilidade do meu desabafo. Da certeza de que a novidade da qual precisamos é a de espírito. Para mim, integridade é saber o que somos. E, na dúvida, apenas sermos.
A composição de Belchior me desperta: “[…] por isso, cuidado, meu bem: há perigo na esquina!” E prossigo sabendo: “minha dor é perceber que, apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos”. Nasci pra ser inteira. Por essa razão, não há espaço em mim para fragmentos de gente.
Pessoas acham que respeitar o outro é aceitar a estupidez de cada um. É fingir que tudo são flores, que sorrisos são sempre sinal de reciprocidade, que abraços reproduzem empatia. Pessoas acham que o erro do outro é a falta de acerto. Que engano!
Sim, “de repente, a gente vê que perdeu ou está perdendo alguma coisa, morna e ingênua, que vai ficando no caminho”. Pessoas se orgulham da aparência de boas. Mal sabem elas que o bom é não precisar parecer.
… começo o novo ano com a minha velha e irritante vontade de ser poesia: “hoje eu acordei com medo, mas não chorei, nem reclamei abrigo”.
Os humanos são insurpotáveis! Pq existe gente? Todos deveriam ser exterminados? Ou se matar? Pq nascemos? Ninguém presta?!.
Olá, Ana Carolina! Seu comentário me faz rir. Feliz ano novo! “Inté” mais, Aline
Pensar que fomos feitos à imagem e semelhança do Criador…