Não é possível reconhecer um assassino antes que ele mate
Reproduzi as palavras da pesquisadora Ilana Casoy, especialista em estudar a mente de criminosos.
Autora de “O Quinto Mandamento – Caso de Polícia”, livro que conta detalhes da investigação da polícia sobre o caso Suzane von Richthofen, Ilana diz que “muito mais do que cometer um parricídio e um matricídio, que acontece vez por outra o ano inteiro, o que provavelmente desperta a curiosidade das pessoas é o fato de aparentemente Suzane ter o perfil clássico da filha que todos gostariam de ter. Loira, bonita, estudante de Direito, culta, trilíngue, filha de pais bem-sucedidos”.
Desde criança, ouço/vejo histórias de assassinatos em família. E nunca compreendi quais são, de fato, as motivações para determinados tipos de crime. Não quero entrar em questões religiosas (embora elas tenham lá as suas razões), quero apenas provocar o leitor para o que eu considero “seríssimo”:
Participar de um júri popular.
Afinal, como decidir à luz da Justiça?
Quem disse que é possível ser imparcial?
E o que representa essa imparcialidade?
Suzane e os irmãos Cravinhos têm o mesmo grau de culpabilidade?
O que diferencia o matador do “mandador”?
O que executa é mais cruel do que manda executar?
E o Andreas? Perdeu o pai; perdeu a mãe; perdeu a irmã (sim, pelo menos ele perdeu a Suzane-antes-do-crime)…
Sei. São questões primárias demais.
Sim, eu sei. A lei pode me responder essas perguntas. Pelo menos, de uma maneira ‘tecnicista’.
Mas eu não sou a lei. Ou sou? Você também não é. Ou é?
(…) do ponto de vista da consciência…
E a consciência, para mim, suplanta a lei. Ou é a própria lei…