Não há barreira, fechadura ou ferrolho que possas impor à liberdade da minha mente. (Virginia Woolf, escritora inglesa)
Sempre me flagro buscando a definição exata para as percepções que tenho acerca da vida. Fico tentando encontrar aquela formulação mais adequada, mais precisa, mais perfeita… Quando penso, por exemplo, no tipo de pessoa que me provoca interesse, atenção, vontade de estar perto e desejo de passar o resto dos dias compartilhando esta nossa existência tão cheia de espantos… só consigo imaginar uma expressão. É isto: gosto de quem tem “pensamento livre”. Nem todas as pessoas, mesmo sendo inteligentes, demonstram liberdade no modo como enxergam o mundo.
Nessa minha busca pela formulação exata, a ideia de liberdade está – de algum modo particular – associada a uma das teorias da Física: a expansão do Universo. Quando penso que o Universo não é estático nem imutável, que está sempre em expansão, compreendo a beleza do pensamento livre, que evolui, que se estende, que vai mais longe…
Mesmo eu não tendo condições de discutir agora questões tão complexas, sou levada a pensar na beleza de tudo isso. Na sensibilidade daquela pessoa que reconhece o que é belo. Daquela pessoa que, mesmo impossibilitada de voar, amplia a vida, percebe-a de um modo muito inteiro, íntegro. Daquela pessoa que observa, apreende, reflete, pensa, agita-se, inquieta-se e agradece.
E é exatamente isto que considero belo, delicado, transcendente: ser livre por dentro, porque talvez seja essa a única maneira menos dolorosa de termos acesso à liberdade.