Em geral, a concepção que temos sobre ?ser de confiança? está atrelada às questões de ?intimidade?, ?conhecimento de muitos anos?, ?convivência?, e por aí vai. É raro alguém se preocupar em ser ?de confiança? para aquela pessoa com quem, possivelmente, nunca mais irá conversar. Por razões não muito desconhecidas, não é tão simples encontrar pessoas integralmente confiáveis. Seja no local de trabalho, numa comunidade religiosa, no ambiente acadêmico, no meio familiar ou em qualquer outro lugar freqüentado por ?gente? (no ambiente virtual, então, sem comentários), percebemos o quanto o ser humano tem dificuldade em ser sincero, honesto, íntegro, leal, sensível.
Há pessoas parcialmente confiáveis: demonstram ser leais apenas para um grupo muito seleto de amigos íntimos; apenas para um pequeno grupo da escola; apenas para um colega de trabalho. Minha admiração, portanto, vai para aqueles que cultivam a honestidade e a sinceridade de forma generalizada. Que não usam máscaras. Ou que, pelo menos, esforçam-se para não usá-las com ninguém. Pessoas capazes de falar conosco olho no olho, mesmo quando o que tem a dizer não é nem um pouco agradável. Pessoas capazes de ouvir uma ?fofoca? (creio que todos sabemos distinguir um fato de uma fofoca) e não sair tirando conclusões precipitadas, baseando-se no próprio umbigo ou no umbigo do fofoqueiro. Pessoas capazes de discordar de você na sua frente, de não esperar você ir embora para dizerem: ?Não concordo com o que ele/ela disse?.
Se tivermos sorte e ficarmos atentos, poderemos encontrar esse tipo de pessoa por quem nutro admiração, respeito e confiança. Se os céus forem generosos, poderemos aprender como é possível viver sem máscaras. E, se os astros não conspirarem contra nós, descobriremos quem não se importa em não ser assim…
“Que sorte têm os atores! Cabe a eles escolher se querem participar de uma tragédia ou de uma comédia, se querem sofrer ou regozijar-se, rir ou derramar lágrimas; isto não acontece na vida real. Quase todos os homens e mulheres são forçados a desempenhar papéis pelos quais não têm a menor propensão. O mundo é um palco, mas os papéis foram mal distribuídos.” (Oscar Wilde)
Desde criança, sempre fui apaixonada por tudo aquilo que é essencialmente humano. Na escola, costumava observar o comportamento espontâneo (ou não) de meus colegas, de meus professores. Nem a diretora escapava de minhas inocentes e despretensiosas observações. Durante esses meus momentos puramente experimentais, surpreendia-me com o sorriso falso dado por alguém a uma outra pessoa por quem não se tinha muito estima. Era apenas uma questão de ?politicamente correto?. Para cumprir tabela. Creio.
Passados alguns anos, episódios assim não me surpreendem mais, pois nessa minha admiração por coisas essencialmente humanas, está a certeza de que somos complexos. E a certeza de que o seu caráter não é construído pelo número de pessoas que confiam em você, até mesmo porque todas elas podem estar enganadas. O seu caráter pode ser medido pela maneira como você percebe o outro.
Dizem que os verdadeiros amigos ‘concordam em discordar’. É chavão, mas é verdade 🙂
Pois é, Digo. No caso deste meu texto, nem me refiro a amigos. Refiro-me ao fato de sermos sinceros e honestos indistintamente. beijos,
Acho que o melhor elogio que posso fazer é: que post humano! Também sou assim, de ficar observando as pessoas e seus gestos e reações em determinadas situações. O interessante é que a honestidade dói, as pessoas não estão prontas para a verdade, muito preferem viver no engano, de aparências porque acham que assim sofrem menos. É uma pena!
José, grata pela sua companhia neste site e pela cumplicidade de idéias. Gosto do ser humano. Admiro o belo. E tento viver o melhor que posso. A vida me comove! beijos, Aline
É…
Não preciso nem dizer que achei bárbaro suas colocações. Acho que por eu ter sido sempre uma pessoa muito calada, acabei por ocupar grande parte do meu tempo observando o comportamento das pessoas. É claro que nem todos têm clareza, sensibilidade e inteligência suficientes para entender o mundo dos calados. Ou são metidos ou sem conteúdo…será mesmo? Freud explica.
E ainda há os que se julgam vítimas do mundo. Que não se cansam de reclamar da vida e se lamentar de tudo e pra todos, o tempo todo. Pessoas que teimam em não aceitar a sua realidade, não conseguem resolver seus próprios problemas e se ocupam demais tentando “resolver” a vida dos outros. Mas será que todo esse incômodo não passa de um sentimento mesquinho, uma inveja de, de repente, querer estar na pele do outro, sentindo e sendo feliz como o outro está? Será que pessoas assim estão preparadas para encarar a realidade da vida? A SUA realidade? Acho que não. É mais fácil se ocupar com a vida dos outros…
Admiro pessoas que independentemente dos problemas que têm, estão sempre de bem com a vida, pra cima, dispostas a ouvir o outro com o coração. Pessoas que têm o prazer em viver cada momento como se fosse o último. Que não têm medo de ser o que realmente são e não se escondem atrás de máscaras de coitadinhos, sofredores, ou até mesmo de santinhos do pau oco, acima de qualquer suspeita(?). Que falam o que pensam, não se preocupando se isso agrada ou não a terceiros. Mas sendo o que são de verdade, na essência. Tendo como principal virtude a verdade, com sensibilidade e o amor ao próximo. Mas infelizmente o que tenho visto é outra realidade. Acho que criticar é bem mais fácil do que simplesmente encher o coração de alegria vendo o seu “irmão” sendo feliz e realizando sonhos.
É isso.
(queria escrever apenas um comentário. mas acabou saindo um desabafo)
Minha querida,
Te admiro MUITO por seu jeito verdadeiro de ser, que fala o que pensa SEMPRE. independente do que os outros acham.
Bjs
Gui, minha prima, primeiramente, não precisa se desculpar pelo comentário. A intenção aqui é exatamente abrir portas para comentários e desabafos. Em segundo lugar, adorei ler o seu relato. Sei perfeitamente do que se trata. Creio que meus próximos textos terão como inspiração as “insinceridades” de todos nós. Da mesma forma que a vida me comove, como escrevi para José, posso dizer que as inverdades me inspiram. Estou muito feliz pela sua visita. Um beijo carinhoso, Aline
Oi Aline. 🙂
Acredito que as pessoas acham que não ser sincero é mais fácil… Não ter que discutir, debater, defender um ponto de vista, dizer a verdade tentando não ofender é complicado quando não se tem prática… Eu mesma já passei por situações complicadíssimas por dizer a verdade, o que penso a um “amigo” que não estava preparado para ouvir. Agora eu continuo tentando ser sincera, manter minhas convicções, falar abertamente delas, mas não indiscriminadamente com todo mundo. As pessoas que demonstram claramente não estarem preparadas para “mim” (por assim dizer) eu simplesmente tenho uma relação de coleguismo, de “oi-oi-thau-thau”.
Decidi que não vou mudar por causa das pessoas que não sabem conviver comigo, não vou ser menos eu só para agradar outrem. A gente nunca consegue agradar a todos mesmo. Melhor ser eu mesma e agradar a somente algumas pessoas do que fingir ser outra pessoa e agradar também somente algumas outras pessoas. Aprendi que ser eu vale mais a pena que tentar ser outra pessoa. E que o que eu penso pode não ser o que a maioria pensa, mas nem por isso eu preciso mudar meus pensamentos. E meus verdadeiros amigos me amam mesmo assim.
Beijos!
Rebeca, uma das fórmulas para o fracasso é tentar agradar a todos. Conheço pessoas que são sempre solícitas, sempre “agradáveis”, sempre “de bem com a vida”, sempre muito “gente boa”. Gente que não quer contrariar ninguém, porque quer manter a pose “de bom moço” ou “de boa moça”. Que ridículo!!! Na verdade, é tudo máscara. Tudo bastante “programado” para conquistar as pessoas. E o pior: ainda tem quem confie cegamente nesse tipo de gente. E não é preciso ir muito longe para encontrá-las. Eu, por exemplo, conheço uma centena… Está ao nosso redor, em nosso meio, em nosso trabalho. Há, ainda, aqueles incapazes de dizerem “não vou fazer”, “não posso fazer”, “não quero fazer”. Também não vou mudar por causa das pessoas que não sabem conviver comigo. Exceto quando eu perceber que realmente será melhor que eu mude, mas não para os outros, para mim mesma. Não podemos ser inflexíveis, nem muito menos flexíveis demais. Tenho aprendido algo de valioso: nem todo mundo está preparado para conviver com pessoas verdadeiras. É ÓBVIO que eu e você não somos perfeitas, porém, tenho orgulho (de) e gratidão para dizer que preservo a sinceridade que há em mim. Bem, prefiro nem me estender no assunto porque não quero fazer determinadas revelações 😛 Internet é algo perigoso!!! beijão, Aline
Ah, só mais um adendo… rs
Desde crianças as pessoas demonstram ter confiança em mim. Não sei se passo a imagem de uma pessoa responsável… Deve ser… O que sei é que vejo as pessoas numa fila de banco me pararam para perguntar qualquer coisa e num instante estão contando a história de suas vidas para mim… Acho que elas se sentem confortáveis por perceberem que lhes dou atenção. Será? Se for assim mais uma vez se comprova a frase: “All you need is love…”
Beijos!
Outro adendo: até hoje, também tenho a experiência de ouvir os segredos e desabafos mais “cabeludos” das pessoas que nem me conhecem. É bom saber que, de alguma forma, inspiramos confiança. Há também aqueles que, declaradamente, não gostam de mim. Qto a isso, já não é problema meu. É deles! Ah, e não me importo se estas nossas conversas “abertas ao público”, neste meu site, vão provocar antipatia de alguns leitores. bjs, Aline
Acho que dá pra ser de confiança com todos (ser leal e íntegro), só não dá pra confiar em todos! Ah, isso não 🙂
Sejamos todos de confiança! Isso pode ser um convite utópico. Quem sabe… beijos,
Exatamente Aline! Uma cousa de que concordo é que não dá pra ser flexível nem inflexível demais. A mudança da gente deve ser decidida quando queremos nos melhorar, mudar para a gente e não apenas para satisfazer o outro. E quando amamos alguém e percebemos que esse alguém também nos ama e algo em nós o machuca, porque não tentar mudar, né? Até porque quando algo em nós machuca a quem amamos acabamos por nos sentir também incomodados. Pode ser uma mudança extremamente gratificante. 😉 E saber que agradamos quem realmente merece nosso agrado é ótimo!
Beijinhos!
Amém! beijos, Aline
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