E DAÍ?

Sigo adiante com as minhas perguntas

Os motivos para não querermos falar sobre política até que são nobres, afinal de contas, quem gosta de saber que nada mudou no País ou que, pior, os impostos que pagamos vão para o bolso (ou para a cueca) de alguns ratos? Quem gosta de andar pelas ruas e ser roubado pelo próprio policial? Ou, ainda, quem gosta de saber que não há policiais suficientes nas ruas?

Quem gosta de ver crianças de, no máximo, 10 anos de idade, andarem descalças e sujas pelos semáforos, pedindo dinheiro pra ‘comprar o leite do irmão’, quando deveriam estar nas salas de aula? Quem gosta de saber que as meninas de 9 anos de idade são aliciadas por adultos e estrangeiros, políticos e brasileiros?

Quem gosta de ler as estatísticas e saber que o Brasil ocupa os primeiros lugares no ranking mundial de analfabetismo, de repetência escolar (se bem que para uma criança repetir de ano no Brasil, a depender, os pais deverão subornar a escola, de tão ridículo que é o nosso processo educacional)?

Quem gosta de ver os mesmos políticos (nojentos e asquerosos) se candidatarem à reeleição? Quem gosta de vê-los sorrindo e pedindo voto, como se nada de repugnante tivessem feito no passado? Quem gosta de assistir às propagandas-obrigatórias-eleitorais?

Quem gosta de saber que o seu filho, embora culpado, está sendo tratado de maneira desumana nas penitenciárias? Quem gosta de saber que o seu filho foi vítima de uma bala perdida, e que só foi achada porque todos perderam a vergonha na cara?

Quem gosta de estar desempregado? Quem gosta de passar fome? Quem gosta de não ser atendido pelos hospitais? Quem gosta de ser tratado como lixo? Aliás, pior que lixo, pois há lixo reciclável!

Mas, e daí, se os motivos para não falarmos sobre política são até nobres?

Política é (ou deveria ser), antes de tudo, olhar o outro, para melhor promoção das relações humanas.

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