Quem nunca achou que a sua vida não valia a pena finge ter aprendido a ser sacerdote, mais do que ser clérigo. Estamos cansados de acreditar no amanhã. Porque estamos cansados da repetição do hoje. E das angústias que nos causou o dia anterior. Mas, alcancemos um tempo mais longe e mais puro.
Quem nunca achou que a sua vida não valia a pena finge ter aprendido a ser sacerdote, mais do que ser clérigo. Estamos cansados de vacilar. Porque não cansamos de insistir. E me pergunto o que significa ?a existência precede a essência?. Primeiramente, existimos, entramos no mundo, descobrimo-nos. Este é o meu desespero humano: descobrir-se.
Quem nunca achou que a sua vida não valia a pena finge ter aprendido a ser sacerdote, mais do que ser clérigo. E bem nos disse o poeta russo: ?mal a noite se torna madrugada/cada qual a seu trabalho vai?. E, nessas horas, estamos sempre sozinhos, com toda a responsabilidade das escolhas, disse-me um amigo.
Somos demasiadamente incompetentes. ?Uma coisinha de nada pode perturbar-me mais que o ataque mais perigoso, que a mais penosa das situações?, escreveu Johannes a sua querida Cordélia. De fato, a vida é cheia de mistérios.
Somos mesmo como protozoários – solitários e coloniais. Riram-se os tolos. Desses que não enxergam a angústia do existir. E pensam que é a vida.
O resto não importa.
Tal é o meu lema,
igual ao do sol.
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MAIAKOVSKI, Vladimir. Vida e poesia. São Paulo: Martin Claret, verão de 2007, pp. 102 e 103.
KIERKEGAARD, Sören. Diário de um sedutor. São Paulo: Martin Claret, verão de 2006, p. 131.
Numa só palavra: sublime.
Fico feliz que tenha gostado. abraços, Aline
[atualizei o blog]
esses textos me fazem refletir MUITO.
beijos,
A idéia é exatamente esta: reflexão. bjs, Aline
Este também é meu desespero humano… acho q de todos, ou a maioria…
Parece ser o de todos nós, né, Ester? beijos, Aline
Achei muito interessante a frase: “Estamos cansados de acreditar no amanhã. Porque estamos cansados da repetição do hoje”. Faz todo sentido. Afinal se “plantamos” o amanhã no dia de hoje e continuamos a “plantar” as mesmas coisas o mais certo é que o amanhã seja igual a hoje. E difícil (quase impossível) é achar alguém que esteja satisfeito com a sua situação atual. A diferença entre nós e os protozoários é que se quisermos podemos mudar as nossas atitudes. Os protozoários não…
Boa reflexão Aline!
Beijos!
Rebeca, pensei que não viesse me visitar… Pois é, está aí a nossa diferença dos protozoários. Sobre a frase de que gostou, também acredito que tenha sentido. Admiro sua perspicácia. beijos, Aline